Assistimos a um aumento impressionante dos casos de demência, sendo a mais comum a Doença de Alzheimer. A causa mais óbvia é o aumento da longevidade: as pessoas morriam antes de que estas condições se desenvolvessem ou que os sintomas fossem identificados. Muitas vezes os sintomas eram desvalorizados e atribuídos à idade e ao esquecimento próprio do envelhecimento, pelo que o diagnóstico nunca era concretizado.
Mas há outros fatores que também são associados a este aumento de casos. A alimentação pouco saudável e “artificial” é apontada como uma das causas. O stress constante e a vida acelerada que levamos também é um fator importante.
Mas independentemente das causas, uma das maiores questões que se colocam é se os cuidadores, familiares ou formais, estão preparados para os desafios que vão enfrentar. Cuidar de uma pessoa com demência é uma atividade extremamente absorvente e que exige enormes doses de paciência.
É preciso lidar com a perda progressiva de memória, com as constantes repetições de conversas e perguntas, com alterações de humor e personalidade, com a desorientação e comportamentos erráticos e inesperados, com a perda de noções simples como a higiene pessoal ou a deglutição. E, no caso dos familiares, ter o choque de que os cônjuges ou filhos já não são reconhecidos e passaram a amigos ou estranhos.
Todos estes aspetos representam uma elevada carga emocional. Está preparado para tudo o que o espera? Temos algumas dicas para si:
- Compreenda a doença: informe-se, leia sobre a doença, os sintomas e os efeitos. Prepare-se para os próximos passos.
- Lembre-se de que a doença é que dita os comportamentos, não tome nada como pessoal.
-Entre no mundo do doente. Não o corrija, não o contrarie, não entre em choque. Siga o raciocínio dele, mesmo que esteja a falar com pessoas que já não estão entre nós ou que os comportamentos não sejam os mais habituais.
- Mantenha as rotinas e tente que a pessoa se mantenha ativa e se sinta útil na medida do possível.
- Seja firme apenas quando a segurança ou bem-estar dos clientes passam estar comprometidos.
- Procure apoio. Envolva as pessoas mais próximas, família e amigos, para colaborarem no apoio, mesmo que seja com uma visita ocasional.
- Vai ganhar um momento de descanso, compreensão e respeito pelo seu esforço.
- Use comunicação positiva, verbal e corporal. Fale com calma, num tom moderado. Sorria e tente estar relaxado.
- Procure ambientes tranquilos, sem ruídos constantes ou elevados, que motivam agitação e ansiedade.
- Programe a resolução de questões legais e financeiras – procurações, contratos, assinaturas, acesso a contas bancárias e outros bens – para que possa assumir o controle se o doente deixar de ter essa capacidade.